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quarta-feira, 30 de março de 2011

Explorando Barcelona e Valencia

  Março foi um mês intenso, começou com o passeio a Cartagena, um carnaval diferente. Depois, no mesmo fim de semana, uma subida até a imagem do Cristo de Monteagudo, aqui em Murcia e, na semana seguinte... Barcelona!
  A cidade é encantadora, me fez lembrar o Rio, respira a esporte e é super turística. Minha ida até lá teve dois motivos, o primeiro foi o ‘Global Sports Forum’, um evento em que profissionais do ramo esportivo entre eles agência, clubes, atletas e empresas como Adidas e Facebook discutiram os rumos e desafios do esporte. Foi animal, conheci muita gente e inclusive o Raí, o jogador mais são paulino que o São Paulo já teve e muito simpático.
  Fiquei 4 dias inteiros por lá, de quinta à sábado, sendo que nos dois primeiros, foi o fórum. Na sexta, sai com um amigo, Russo, que conheci no fórum e uma amiga sua, Polaca, que por sua vez levou outra amiga, uma francesa super simpática e que adora o Brasil. No fim, fomos todos de tapas em Barcelona e bebemos Grappa... ô negócio forte, lembra pinga só que é feito de uva.
  No sábado, muita, muita chuva, o dia inteiro, como Sampa naqueles diaS em que a água não dá trégua. Mas, fazer o que, colocar a bota impermeável, a capa e ir bater perna. Nesse dia, uma amiga que se casou ano passado e veio morar em Barcelona me fez companhia, e foi minha guia turística. Saímos do meu albergue, que era muito bom (Barcelona Urbany #ficadica) e caminhamos até a Basílica da Sagrada Família. Depois, seu marido nos levou até o parque Guell, também de Gaudí, impressionante as formas que este artista desenvolveu. Por fim, nos deixou perto do centro onde caminhamos ainda mais, até a estátua do Colombo, que aponta para as Américas.
 Domingo. Um dia maravilhoso! Nem a previsão esperava um dia com tanto sol e céu azul. Andei muito, coloquei depois no googlemaps e no total caminhei uns 10 km, em 5h, hehe afinal estava de turista. Para terminar o dia, estava sentada com meu netbook na área de convivência do albergue, quando um australiano muito simpático veio conversar comigo, mas já era meu último dia em Barcelona e assim, dormi cedo, pois, na manhã seguinte, cedinho fui ao aeroporto para voltar à sossegada cidade de Murcia.
  Uma semana depois, fui a Valencia, nas Fallas, uma grande festa que acontece na cidade em celebração ao dia de San José, o santo dos carpinteiros e por isso, uma das marcas desta celebração são as diversas alegorias (Fallas) que constroem em alguns cruzamentos da cidade. Estes monumentos são todos feitos de madeira, e com muita riqueza de detalhe, pois sua temática tende a ser crítica, me fez lembrar a ‘malhação de Judas’ que acontece no Brasil. Mas a matéria prima não é só um detalhe, tem uma razão, depois de uma semana, que é quanto dura as comemorações, todas as Fallas são queimadas em um ritual chamado de Cremá, vulgo cremação. Mas o negócio é mieo sem noção porque as estruturas são montadas muitas vezes entre prédios residenciais e perto de fios elétricos.
  Sim, eles são loucos, tanto que cada Falla tem um horário para queimar, pois os bombeiros precisam estar presentes, com a mangueira para conter o fogo. Eu assisti a duas cremás, a primeira estava a menos de 2 metros de um prédio residencial... Para ter uma noção, os bombeiros estavam direcionando o jato d’água para lá, e não para o fogo, porque o objetivo principal era manter a temperatura do edifício.
  O detalhe deste passeio foi, saímos de Murcia sábado, 8h, e voltamos às 6h do domingo! Das quase 24h, somente 6,5 foram no busão, o resto, caminhada pela cidade... No total? Acreditem, andei uns 15 km, mas comi bastante nesse caminho então, não sei o quanto da caminhada foi eficiente em termos de exercício. (rs) Só sei que cansou bastante, mas que foi uma experiência legal e a cidade é muito bonita, com certeza voltarei para ficar um fim de semana inteiro por ali.
  Já estamos no fim do mês e assim, na próxima semana já completo 2 meses por aqui!! Não sei para vocês, mas o tempo passa muito rápido... Abril será um mês bem corrido para mim, muitas atividades planejadas!
  Neste e no outro fim de semana, participarei de uma atividade organizada pela universidade que consiste em 4 ‘passeios’: um de barco em uma praia próxima, mergulho na mesma região, sanderismo (caminhada) em uma trilha da cidade e, por fim, escalada! Não vejo a hora... e, para fechar o mês com chave de ouro, nas semanas de festividades – aqui na Espanha são duas semanas sem aula – irei na primeira à Portugal e depois  Londres! Aguardem muitas histórias.
  Mais uma novidade, fiz um Twitter! Decidi que era hora de seguir o bando, e ser mais um passarinho azul na www. (rs) @fpvideira
... by the way, continuo odiando o frânces que mora ao lado e tem duas semanas nas quais não trocamos uma palvra, nem mesmo 'hola' #hatemyflatmate #prontofalei ...

domingo, 20 de março de 2011

A experiência de uma Tourada - por O Intercambista.

  Fala galera, tudo bem? Sou intercambista e estudo aqui em Murcia.
  Hoje, A intercambista abriu uma exceção e me deixou "invadir" o blog dela para dar uma palavrinha de como foi minha experiência em assistir a uma tourada.
  A tourada é um grande espetáculo. Arquibancadas lotadas e as pessoas muito animadas. Qualquer idéia de politicamente incorreto ficou nos protestos do lado de fora, lá dentro eram só gritos de “olé” a cada lance do toureiro.
  É um grande evento, e claramente é feito de forma bem tradicional. Antes de começar são distribuídos lenços brancos com os quais a platéia mostra-se satisfeita ou não. Marcações são feitas na arena como se fosse delimitada uma área de jogo.
  As regras são as seguintes: O touro entra e eles precisam mostrar toda a força do bicho à platéia e claro, cansar ele um pouco. Então uma série de toureiros ficam espalhados pela arena. O touro vai atrás de cada um, mas quando se aproxima eles se escondem atrás de proteções de madeira (super corajosos). Um pouco cansado e com a platéia eufórica de ver o bicho correndo feito um...um...touro (hahaha) eles iniciam a tourada. Primeiro o toureiro se exibe e então, mata o touro. Existe um Juiz que fica no alto do estádio; se ao fim ele balançar um lenço o toureiro foi bem, e assim ele pode ficar com uma orelha do touro. Mas se ele for muito bem ele balança dois lenços o que significa que ele fica com as duas orelhas. A platéia sempre balança o seus lenços e gritam "otro más" quando o juiz balança um só. 
  Para agradar a platéia vale de tudo, cada toureiro que seja mais criativo. O primeiro entrou a cavalo, era incrível o controle que ele tinha sobre o cavalo. Quando o touro o atacava o cavalo gingava como um jogador de basquete de um lado para o outro e driblava o touro, na passagem cravava uma bandeira no touro. Os outros vieram a pé. Cada um desafiava o touro de uma forma mais ousada. Um se aproximou do touro sem espada nem pano, somente com duas bandeiras, correu em direção ao touro e se atirou pro lado no último instante, cravando as bandeiras no bicho. A platéia ia a loucura. Outro, quando o touro já não estava mais tão forte, o segurou pelos chifres e ficou correndo sem soltá-los.
  De fato, o espetáculo era grande, o público super animado, e a habilidade dos toureiros inegável. Lembro-me de um que tinha um cavalo com os olhos tampados (para não se assustar com o touro, provavelmente) ele segurava duas bandeiras, uma com cada mão, e controlava o cavalo somente com os pés. Exibia-se fazendo voltas com o cavalo sem tocá-lo e então correu em direção ao touro e cravou as duas bandeiras no animal.
Muitos deles deixaram as bandeiras cair por não cravar com muita forca, e somente um conseguiu matá-lo na primeira vez que enfiou a espada; este, que era inegavelmente o melhor, não só levou as duas orelhas como a cauda do touro também.
  De bacana, fica a animação da platéia, o touro (que exatamente como nos desenhos fica arrastando a pata pra trás antes de cada ataque) e os toureiros que fazem de cada momento um teatro. Mas acaba aí. Ver o bicho se esmorecer de tanto sangrar, lutar pela vida até o final das forcas ou ser forcado a levantar-se mesmo quando se deita é uma crueldade que nos fazia parar de ver o show.
Eu entendo porque eles gostam das touradas, mas não o suficiente para apoiá-las. 

  Saímos antes do final, e tive a doce visão de vê-los destrinchando um touro que havia saído da arena a pouco.
  Foi bacana, mas depois da tourada eu disse a meus amigos "voy quedar una semana sin comer carne de ternera".
  Caso queiram ver, eu postei alguns vídeos no youtube. É só digitar “meleroviski tourada”. 
  Bom pessoal, ao contrario da Intercambista, eu sou um cara de poucas palavras, então não tenho um blog, mas sim um Twitter, se quiser dá uma olhada por lá: @meleroignacio.

O Intercambista: Lucas Melero Ignacio, gaúcho, estudante de direito que sobrevive à vida de intercambista. 

domingo, 6 de março de 2011

Carnaval... fora do Brasil

  Esse fim de semana fui à Cartagena, uma cidade fundada por cartaginenses no ano de 227 a.C. e onde está a faculdade de engenharia da região de Múrcia (rs). A cidade é muito interessante, as ruas são pequenas e o antigo e moderno se misturam a todo o momento, como no Teatro Romano, que em seu entorno tem prédios que devem ser de uns 60 anos atrás.
  Além de visitar pontos turísticos e entrar em um abrigo antiaéreo da época da Guerra Civil Espanhola, era dia de desfile de carnaval.

  Para mim, brasileira, era só desfile, o carnaval é detalhe. O esquema era o seguinte: diversos grupos de escolas de dança e também da comunidade, tem seus blocos, cada um com sua fantasia e uma ‘coreografia’ – samba no pé mesmo não vi ninguém – e um carro de som tocava diferentes músicas, mas não necessariamente de carnaval. Tocou Shakira, Chayenne, Cláudia Leite cantando em espanhol e, o ponto alto da tarde, Eguinha Pocotó! Sim amigos, tocou eguinha pocotó... essa música mesmo, que foi sucesso nos hits de funk há uns 6 anos (rs). Só me restou rir muito, pra não chorar.
  Os componentes do bloco em sua maioria eram jovens e crianças, e dois eram de terceira idade. Mas o que me chamou atenção foi o ânimo dessas pessoas, nossa, um sorriso no rosto (irônico). Estavam muitos tão preocupados em fazer a coreografia e manter suas fantasias no lugar – detalhe, estava um puta frio (2 casacos) e algumas fantasias eram top e uma saia ou algo do gênero – que se esqueceram de sorrir e mostrar que carnaval é alegria! Ok, compreensível, dado o frio que estava, eu também não estaria sorrindo. (rs)
  Mas o que vale é a intenção, algumas fantasias estavam bonitas e as pessoas nas ruas também se divertiam, muitas crianças também vestidas de seus personagens favoritos davam uma certa cara de carnaval e brincadeira para a cidade.
  Daqui a duas semanas, é quase certeza que eu vá a um carnaval maior, de Valencia. Vamos ver se por lá o negócio é mais no estilo bloco de rua do Brasil...

quarta-feira, 2 de março de 2011

O primeiro mês, já foi.

  Nossa... como o tempo passa rápido! Já faz um mês que estou por aqui, e começo a me sentir mais ‘em casa’, é lógico que faz falta, ter a presença da mamãe e sua comidinha (rs) mas até que morar sozinha não é tão assustador. Quer dizer, sozinha não estou, porque tem a minha companheira de piso (apê) irlandesa, mas não ter os pais por perto tem certas vantagens... Como sair em uma terça-feira, às 22h, e só voltar às 4h da manhã!
  Um balanço do mês... Conheci muitas pessoas novas, mas ainda tenho problemas para ligar alguns nomes aos seus donos (rs), conheci cidades novas, baladas, barzinhos, festinhas, etc...até que foi bem agitado. E, além daqueles brasileiros que conheci e contei no outro post, fui apresentada a outros mais! No fim das contas, somos um grupo de uns 10 canarinhos perdidos aqui nessa cidade que ninguém no Brasil sabe onde é. (rs)
  Ah! Tem também as aulas né... Estou fazendo três matérias, uma de PP e RP, uma de Jornalismo e outra de MKT. As duas primeiras são aparentemente sussas, afinal, são de comunicação (rs), vão ter alguns trabalhos em grupo e uma provinha no final do semestre. A de Marketing Internacional, por sua vez, que pensei que seria algo complicado, aparentemente também é de boa, o prof. parece ser tranquilo,  curte terminar a aula mais cedo! Tem só 5 alunos na classe e às vezes umas lições de casa.
  Problemas... acho que o único problema até agora é o francês que mora no quarto ao lado... já estou sem paciência com ele, puta garoto sem noção nenhuma de viver em um apê com outros seres vivos. Ok, posso estar exagerando, pois já escutei coisa pior de pessoas que também tem problemas com os colegas de piso, mas não minto. O moleque (porque é isso que ele é) não consegue deixar a cozinha limpa depois que usa, leva as coisas comuns pro quarto dele e deixa por lá, e faz cara de cú quando pedimos para descer com o lixo!
  Eu estou aqui há só um mês, mas a outra menina divide o apê com ele desde setembro e também já está enfadada (brava). Bom, o que eu posso contar é o que vivi até agora. Para começar, toda vez que eu chego na cozinha, tem coisa suja na pia (inclusive neste momento em que estou escrevendo), tipo, é chato lavar a louça sempre, sim é chato, mas paciência, vivemos em um apê que cada um, nesse caso, tem que fazer a sua parte para que as coisas comuns estejam sempre em ordem. Ele não sabe o que é isso... Logo na minha primeira semana, ele foi viajar na sexta e deixou uma pilha de louça na pia, entre elas, panelas e copos, que são utensílios que também podemos precisar. Eu me recusei a limpar, assim como a irlandesa, deixamos ali até que ele voltou, e ela deu uma bronca nele. Funcionou por duas semanas, agora já tá folgando de novo.
  A dona do apê já me perguntou umas três vezes o que eu achava dele, e estava respondendo que tudo bem, que não estava tão ruim assim, mas essa semana foi o fim da picada. (rs) O malditinho tem um banheiro que é só pra ele, eu a irlandesa dividimos o outro que é maior... bom, a luz dele queimou na quarta, desde então, não sei como ele foi ao banheiro no escuro! E isso vale para a namorada dele, que esteve aqui pela semana e também usou o banheiro sem luz! – qual o problema dessa gente? – voltando, eu fiquei quieta, sabia que tinha uma luza nova na dispensa, mas quis ver até onde isso ia, pasmem, era domingo e ele não tinha comprado uma luz nova para colar ali, e nem teve a inteligência de procurar na casa. Então, um casal de amigos que veio passar uma noite aqui, no quarte dele (zona), a menina veio me perguntar se podia usar o meu banheiro porque o outro não tinha luz... ah, tenha dó né! Aí não aguentei, peguei a merda da lâmpada da dispensa e coloquei na mão dele e disse: “pra você trocar a luz do seu banheiro”, idiota – não, a parte do idiota eu só pensei mesmo, mas deu uma puta vontade de falar – como se não bastasse essa história, ainda tem mais...
  Triangulo das bermudas: isso é o quarto dele, que ódio! Tudo que a gente não encontra é porque está ali. Semana passada a tesoura que fica na gaveta da cozinha sumiu.. perguntei aos dois se tinham visto, disseram que não... Até que o mimadinho, volta do quarto e diz: “aqui está, estava em mi habitación”, tesoura recuperada. Há alguns dias, acordei, tomei meu café e fui lavar a louça...onde estava a esponja... ele já tinha saído e eu, com já imagina o paradeiro, fui dar uma olhada, sim, estava no quarto dele em cima da mesa...o que estava fazendo lá? Prefiro não pensar nisso, lavei com sabão e água quente... ah! Mas só depois que ele chegou em casa e eu, inocentemente perguntei: “Chico, has visto la esponja?” ele fez uma cara de cú (pra variar) e disse que não sabia e então eu retruquei, “no está em tu habitación?” pronto, ele foi lá e devolveu a esponja. Como se não fosse suficiente, ontem ele vem perguntar para nós onde está o telefone – detalhe, tá sempre no quarto dele, não sei com quem ele tanto conversa maldito – e eu respondi: “deve estar no seu quarto, não?” Ai ele foi, procurou e voltou: “não achei”, e eu, com toda minha Inteligência, disse para ele ligar para o telefone e buscar pelo som. – tive que levantar da mesa, que estava jantando, porque o esperto não tinha o telefone da nossa casa! – ele ligou... e adivinhem onde estava? Na merda do quarto dele escondido em algum lugar!! – ai que ódio – desculpem o desabafo.
  Como vocês podem ver, e eu lamento por isso, foi um post mais de desabafo e compartilhamento da angustia (rs). Mas acho que pra quem tá de fora, deve ter dado risada da história. Eu daria, se não fosse comigo!
  Daqui a uma semana, visitarei Barcelona, e com certeza farei um post melhor que esse! (rs) pelo menos com histórias melhores.
  Aproveito pra avisar que nos próximos dias, um amigo intercambista contará sua experiência em uma tourada. Ele é um dos brasileiros que está aqui e, junto com seu colega de piso e também brasileiro, estamos super ‘brothers’. Por isso, emprestarei esse espaço a ele. O bom, é que vocês irão ler um relato que eu não farei, pois não irei a uma tourada...