Pesquisar este blog

domingo, 20 de março de 2011

A experiência de uma Tourada - por O Intercambista.

  Fala galera, tudo bem? Sou intercambista e estudo aqui em Murcia.
  Hoje, A intercambista abriu uma exceção e me deixou "invadir" o blog dela para dar uma palavrinha de como foi minha experiência em assistir a uma tourada.
  A tourada é um grande espetáculo. Arquibancadas lotadas e as pessoas muito animadas. Qualquer idéia de politicamente incorreto ficou nos protestos do lado de fora, lá dentro eram só gritos de “olé” a cada lance do toureiro.
  É um grande evento, e claramente é feito de forma bem tradicional. Antes de começar são distribuídos lenços brancos com os quais a platéia mostra-se satisfeita ou não. Marcações são feitas na arena como se fosse delimitada uma área de jogo.
  As regras são as seguintes: O touro entra e eles precisam mostrar toda a força do bicho à platéia e claro, cansar ele um pouco. Então uma série de toureiros ficam espalhados pela arena. O touro vai atrás de cada um, mas quando se aproxima eles se escondem atrás de proteções de madeira (super corajosos). Um pouco cansado e com a platéia eufórica de ver o bicho correndo feito um...um...touro (hahaha) eles iniciam a tourada. Primeiro o toureiro se exibe e então, mata o touro. Existe um Juiz que fica no alto do estádio; se ao fim ele balançar um lenço o toureiro foi bem, e assim ele pode ficar com uma orelha do touro. Mas se ele for muito bem ele balança dois lenços o que significa que ele fica com as duas orelhas. A platéia sempre balança o seus lenços e gritam "otro más" quando o juiz balança um só. 
  Para agradar a platéia vale de tudo, cada toureiro que seja mais criativo. O primeiro entrou a cavalo, era incrível o controle que ele tinha sobre o cavalo. Quando o touro o atacava o cavalo gingava como um jogador de basquete de um lado para o outro e driblava o touro, na passagem cravava uma bandeira no touro. Os outros vieram a pé. Cada um desafiava o touro de uma forma mais ousada. Um se aproximou do touro sem espada nem pano, somente com duas bandeiras, correu em direção ao touro e se atirou pro lado no último instante, cravando as bandeiras no bicho. A platéia ia a loucura. Outro, quando o touro já não estava mais tão forte, o segurou pelos chifres e ficou correndo sem soltá-los.
  De fato, o espetáculo era grande, o público super animado, e a habilidade dos toureiros inegável. Lembro-me de um que tinha um cavalo com os olhos tampados (para não se assustar com o touro, provavelmente) ele segurava duas bandeiras, uma com cada mão, e controlava o cavalo somente com os pés. Exibia-se fazendo voltas com o cavalo sem tocá-lo e então correu em direção ao touro e cravou as duas bandeiras no animal.
Muitos deles deixaram as bandeiras cair por não cravar com muita forca, e somente um conseguiu matá-lo na primeira vez que enfiou a espada; este, que era inegavelmente o melhor, não só levou as duas orelhas como a cauda do touro também.
  De bacana, fica a animação da platéia, o touro (que exatamente como nos desenhos fica arrastando a pata pra trás antes de cada ataque) e os toureiros que fazem de cada momento um teatro. Mas acaba aí. Ver o bicho se esmorecer de tanto sangrar, lutar pela vida até o final das forcas ou ser forcado a levantar-se mesmo quando se deita é uma crueldade que nos fazia parar de ver o show.
Eu entendo porque eles gostam das touradas, mas não o suficiente para apoiá-las. 

  Saímos antes do final, e tive a doce visão de vê-los destrinchando um touro que havia saído da arena a pouco.
  Foi bacana, mas depois da tourada eu disse a meus amigos "voy quedar una semana sin comer carne de ternera".
  Caso queiram ver, eu postei alguns vídeos no youtube. É só digitar “meleroviski tourada”. 
  Bom pessoal, ao contrario da Intercambista, eu sou um cara de poucas palavras, então não tenho um blog, mas sim um Twitter, se quiser dá uma olhada por lá: @meleroignacio.

O Intercambista: Lucas Melero Ignacio, gaúcho, estudante de direito que sobrevive à vida de intercambista. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário